João conheceu Maria no colégio. Ela foi sua primeira paquera, seu primeiro trabalho em dupla, seu primeiro beijo, sua primeira ereção, sua primeira namorada, seu único amor. E vice-versa.
O destino tratou de, logo cedo, botar estas almas gêmeas perto uma da outra.
Mas havia entre eles uma peculiaridade incrível, uma rixa que vinha não se sabe ao certo de quando e levaria não se sabe bem pra onde.
Eles combinavam, sem dúvida. Até demais. Possivelmente foi a busca de identidade que gerou o problema. Até da mesma cor gostavam. João adorava roxo. Maria amava o púrpura. João não gostava que apertassem o tubo da pasta de dente no meio. Maria tinha pavor quando o creme dental aparecia amassado na metade.
Apesar dos mesmos gostos, seu problema era outro:
- Alcança-me o óleo – pedia João.
- Aqui está o azeite – retrucava Maria.
Era um problema de linguagem, de nomenclatura. E a implicância se estendia a tudo. Os guardanapos de louça de Maria, os panos de prato de João. O compacto do Roberto, de João, o vinil do Rei, de Maria. Nem interjeições eram poupadas.
- Jesus! – espantava-se João.
- Cristo! – chocava-se Maria.
Era como se falassem dois idiomas, mas, à sua maneira, eles se entendiam. Tanto que a data do casamento estava marcada. Para João, pois para Maria era o dia do enlace. E como nenhum cedia, nem pretendia ceder, a cerimônia teria que ser um pouco diferente, já que o segundo a responder diria algo como "yes, I do" e não iria pegar bem. Além do mais, os dois falavam o bom português e isso não valeria diante das leis de Deus.
E assim foi. No momento crucial, a pergunta foi feita para ambos e só depois eles responderam, em uníssono:
- Sim.
Naquele instante foi como se o mundo todo fizesse dois segundos de silêncio. Foi como se a confirmação do amor viesse naquele momento de trégua, de concordância em relação a uma palavra ao mesmo tempo tão simples e tão carregada de significado.
Na saída da igreja, de João, e do templo, de Maria, ainda comentaram a lua-de-mel:
- Amanhã partimos de aeronave para o Caribe – encerra Maria.
- Sim, vai ser ótimo ir de avião até Cancun – conclui João.
O destino tratou de, logo cedo, botar estas almas gêmeas perto uma da outra.
Mas havia entre eles uma peculiaridade incrível, uma rixa que vinha não se sabe ao certo de quando e levaria não se sabe bem pra onde.
Eles combinavam, sem dúvida. Até demais. Possivelmente foi a busca de identidade que gerou o problema. Até da mesma cor gostavam. João adorava roxo. Maria amava o púrpura. João não gostava que apertassem o tubo da pasta de dente no meio. Maria tinha pavor quando o creme dental aparecia amassado na metade.
Apesar dos mesmos gostos, seu problema era outro:
- Alcança-me o óleo – pedia João.
- Aqui está o azeite – retrucava Maria.
Era um problema de linguagem, de nomenclatura. E a implicância se estendia a tudo. Os guardanapos de louça de Maria, os panos de prato de João. O compacto do Roberto, de João, o vinil do Rei, de Maria. Nem interjeições eram poupadas.
- Jesus! – espantava-se João.
- Cristo! – chocava-se Maria.
Era como se falassem dois idiomas, mas, à sua maneira, eles se entendiam. Tanto que a data do casamento estava marcada. Para João, pois para Maria era o dia do enlace. E como nenhum cedia, nem pretendia ceder, a cerimônia teria que ser um pouco diferente, já que o segundo a responder diria algo como "yes, I do" e não iria pegar bem. Além do mais, os dois falavam o bom português e isso não valeria diante das leis de Deus.
E assim foi. No momento crucial, a pergunta foi feita para ambos e só depois eles responderam, em uníssono:
- Sim.
Naquele instante foi como se o mundo todo fizesse dois segundos de silêncio. Foi como se a confirmação do amor viesse naquele momento de trégua, de concordância em relação a uma palavra ao mesmo tempo tão simples e tão carregada de significado.
Na saída da igreja, de João, e do templo, de Maria, ainda comentaram a lua-de-mel:
- Amanhã partimos de aeronave para o Caribe – encerra Maria.
- Sim, vai ser ótimo ir de avião até Cancun – conclui João.
O Destro
7 comentários:
Me identifiquei em muitos pedaços deste post. Nesta manhã ensolarada de Brasilia, meu dia começa mais sensível e emocionado.
Belas palavras!
UM TEXTO LINDO, EXTREMAMENTE SENSÍVEL.
LIDO NUMA NOITE FRIA PELA PRIMEIRA VEZ.
OS ENCONTROS E DESENCONTROS DO CASAL SÃO COM CERTEZA MARAVILHOSAMENTE DESCRITOS, E NOS LEVAM A IMAGINÁ-LOS, ENTRE SEUS TROCA-TROCA DE IDÉIAS E VONTADES.
O FINAL É UM DRAMA, OU UMA COMÉDIA?
NÃO SEI BEM, MAS SEJA QUAL FOR EXISTE ALI UM TOQUE LEVEMENTE ÁCIDO DO AUTOR...
ACHO QUE ISSO É O MELHOR DO TEXTO... PODE-SE ESCOLHER NO FINAL, OU RI-SE, OU CHORA-SE...
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MARCOS VINICIUS
HELLO DESTRO...HÁ TEMPOS NÃO COMENTO TEUS TEXTOS, NÃO? POIS ENTÃO: ADOREI ESSE! JÁ TINHA TE FALADO, MAS AGORA DEIXO AQUI REGISTRADO.
UM ABRAÇÃO E CONTINUE ACREDITANDO EM VC!
SUCESSO
FAMA
GLAMOUR
HAHAHA
BEIJO
CANHOTO
Meninos! Quanto tempo eu não passava por aqui. Adorei os posts!
Beijos
hummm... muito legal o texto!
E a vida não é feita dessas contradições... ou diversidades.. ou?
belo texto!
grato, rs
valeeeeu! deixa comigo, juju
massa!!
cacau
vou copiar esse texto amanhã!!!!!
assistente do prisco
agora chega gente, to indo...
Peron
Falei que ia avacalhar, mas já que tu mendigou por um comentário, aqui está!
Falando sério agora, achei ótimo, não tem como não se identificar. Sei lá, me deu vontade de assistir closer pela milésima vez. Mas vc não é o Jude Law! humpff
bj bj
Muito bom esse texto!
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