quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CRÔNICA ATUAL

Caríssimos, voltei! (alguém ainda por aí? hehe)
A crônica abaixo foi escrita no ano de 2004. Foi publicada em jornais aqui de SC, em uma revista do RS e também apareceu em quatro ou cinco blogs, não tenho certeza (tudo com o devido crédito ao autor que vos fala hehe).
É bem pessoal, de uma época da minha vida, mas....desde quando falar em sentimentos é factual?
Muitas dessas palavras ainda cabem como uma luva para mim. Pra tanta gente.

-----------------------------------------------------

Quando se quer fazer alguém feliz*

Como na música de Charlie Brown Jr, às vezes tenho vontade de dizer: "se eu não puder fazer você a pessoa mais feliz, eu chego o mais perto disso possível". Falo de querer fazer feliz a pessoa que amamos. Tomar nos braços, pegar no colo, apertar com força e deixar bem claro que, sim, faremos tudo o que tiver ao alcance de nossas mãos, pés e corpo todo para proporcionar felicidade a ela.

Pouco importa o que os outros pensam, pouco importa se chove ou faz calor. Não queremos brigas, nem discussões, nem bate-bocas e tempestades em copo d'água. Pouco importa se estamos cansados e, de repente, somos surpreendidos por um pedido de massagem. Tanto faz se dormir tarde só para assistir a um filme juntinhos significa, no outro dia, estar terrivelmente cansado para enfrentar um dia inteiro de trabalho. Alguém aí liga pra isso?

Eu, envolto pelo eterno e infinito romantismo que habita e muitas vezes destrói meu coração, preciso fazer alguém feliz. Não que minha total felicidade dependa disso, não que meus objetivos sejam apenas esses. Mas quero abrir meu coração para que alguém habite nele, por inteiro, sem medo, sem receio. Sei que muitas vezes minha carência fala mais alto, mas tenho essa tendência desde sempre: me sinto desprotegido quando olho pro lado e constato que minha vida, nesse aspecto, está cheia de espaços vazios.

A verdade é que todo mundo quer ser feliz, mas nem todos do mesmo jeito. Às vezes, um pedaço da nossa felicidade depende de alguém cujos objetivos, nem de longe, são os mesmos. E isso, meus amigos, machuca. Nos faz sentir menores, faz nosso tão nobre amor parecer lixo cada vez que nos é negada a chance de demonstrar um pouquinho do quanto poderíamos fazer feliz a vida desse alguém, que parece peça fundamental para o bom funcionamento do nosso coração.

Tenho receio em afimar que, de uns tempos pra cá, tem me sido negada a chance de concretizar planos assim. Receio porque, independente disso ou daquilo, essa vontade tão grande de fazer o "meu alguém" feliz existe. E eu não a vejo como tempo perdido, como obra inacabada ou algo do gênero. Respeito, simplesmente. Porque faz parte de mim. Porque, lá no fundo, tenho a impressão de que existe muita gente por aí que procura o mesmo que eu. Embora isso não signifique nada quando você pára e percebe que a pessoa que você mais deseja fazer feliz, já é...e que esse fato não tem nada a ver com você.

*O Canhoto, em agosto de 2004

5 comentários:

Osmar Mesquita disse...

Pô cara adorei seu texto muito bom..
ja sentir isso...
parabens msmo pelo texto.. e seu blog tb ta show. abraços

http://bombadigital.blogspot.com

M. disse...

Você é bem piegas, sendo franca. Escreve coisas sutis e bonitas.

Sabe, eu acho engraçado quando as pessoas vêm dizer que não se importam com a opinião alheia, quero dizer, na verdade, com o outro.

Só que, curiosamente, existe uma dicotomia entre felicidade e prazer. Este se dá, em geral, na individualidade, já aquela pressupõe - para se concretizar - um número mínimo de dois seres humanos.

O Antagonista disse...

E faça o favor de não desaparecer mais! rs....

Valeu!

MaxReinert disse...

O melhor de tudo é vê-los escrevendo novamente!!!

PS: Não se esqueça do projeto "Curta Aí"!!!!

Adriana Aguiar disse...

LIndooo seu texto!!

Vc é bem romântico!

Seu blog é bem legal.
bjuo!