segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Eu: meu maior inimigo (?)

Vivo me sabotando. Tenho o dom. Caio em armadilhas que preparo, com o maior cuidado, pra mim mesmo. Sou o meu maior inimigo (?). Gosto disso? Não. Detesto. Creio que não há nada pior. Peco pelo excesso de cobrança que tenho comigo mesmo. Não consigo relaxar e esperar até a página seguinte. Já corro pro final do livro. E geralmente não tem final feliz algum. Princesa? Nada. Beijo o sapo e ele continua sapo. Me olhando, com aquela cara de...sapo!

Já disse isso outras vezes e, definitivamente, não há nada mais difícil do que lidar com o ser humano. Quando o ser humano em questão é você – no meu caso, eu – aí o negócio complica. Pergunto: por que reclamo tanto? Porque muitas vezes não sei ficar só, na minha, sem encher o saco dos outros que nada tem a ver com minhas pendengas? Por que não consigo acreditar quando alguém me diz “Ei, você é um cara legal”? Por que sou tão complicado, porra??

Acho sadio, hoje em dia, me questionar sobre esse tantão de coisas. E até mesmo compartilhar com outras pessoas. Porque geralmente a imagem que temos de nós mesmos é muito diferente do que os outros vêem. E por muito tempo me achei muito correto, muito centrado, muito independente, muito insensível e até muito fácil de lidar. Me enganei, muitas vezes. Hoje, por mais difícil que me é, acho importante o feedback de quem me vê de fora. Só assim descobri que não sou tão insensível quanto achava que era. E que tem horas que saio do meu centro por pura bobagem. Independente? Nem tanto. Fácil de lidar? Coisa nenhuma.

E, mesmo me conhecendo cada vez mais (o tempo passa e a gente tem que aprender algo, né?), continuo ali, na tênue linha que me torna, às vezes, meu maior inimigo. Tem horas que acho que se eu fosse o Superman, batata: guardaria a kriptonita no bolso. Só pra sofrer. Porque é exatamente isso que faço. Vou atrás de sarna pra me coçar. Procuro pêlo em ovo. E com uma lupa, que é pra ter mais chance de encontrar algo.

Mas, a gente aprende... Fosse o contrário, essas linhas não existiriam. Tenho feito a coisa certa ao perceber e refletir sobre erros como esse. Assim, day by day, vou amenizando a dor que causo àquele que, antes de qualquer coisa, sempre foi e será meu melhor amigo: eu mesmo!

O Canhoto

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá Thiago!
Olha só, quero dizer que me identifiquei muito com o texto que vc escreveu...De alguma forma somos parecidos, eu tbm sou assim...às vezes sou meu pior inimigo.
Bem, aproveito pra dizer que estou com saudades.

Abraços

João - Passo Fundo/RS

Anônimo disse...

... que lindo ver alguém escrevendo com tanta franqueza sobre si!!!

Sempre somos nossos piores inimigos... sempre nos sabotamos... criamos armadilhas.... mas, se aprendermos a sabotar nossa sabotagem... quem sabe, quem sabe mesmo... não consigamos transformar todas estas sabotagens em coisas muito mais legais e "produtivas"!!!!!

Estar bem é produtivo!!!
Tirar um tempo pra gente é produtivo!
Rir com os amigos (pode me convidar, eu topo!) é produtivo!
Amar e beijar na boca é produtivo pra c............

Beijo

Fique bem!!!!

Anônimo disse...

Realmente meu caro, brincar de tiro ao "álvaro" com a gente mesmo, é pura sacanagem (no pior sentido). Acertamos na mosca. Sempre. Daí não tem graça. Nem justo é. Ninguém merece. Nem a gente. Adoro o que tu escreves!

Anônimo disse...

Graaaande Thiago!
Continuas escrevendo muito bem sobre essas tantas coisas que rondam esse bicho tão complicado, chamado "ser humano" hein?
Sempre gosto de ler tuas idéias.
Você vai longe!
Sou teu fã!
Abração

Anônimo disse...

Adorei...e me pergunto: falavas de ti ou de mim? deles? de nós todos?
Durante muito tempo fui meu maior inimigo, me sabotei bastante...encrenquei minha vida.
Me cobrei demais, me exigi demais.. e muitas vezes - quase sempre - exigi e cobrei as coisas erradas!
Mas assim é a vida (ao menos acredito nisto): que seu grande sentido é a evolução, o aprendizado, o crescimento.
Amadureci, cresci, e aprendi a viver melhor, sem tantas cobranças e sabotagens - tornei-me meu amigo, creio que o melhor que tenho, e não abro mão mais disto.
Thiago, gostei muito do texto, parabéns!!!!!
Abração
Fabricio