Já que o canhoto abordou o tema... achei legal publicar este texto que escrevi há mais de dois anos.
Quem nunca pensou sobre um “se”. Seja ouvindo Djavan cantando “mas você adora um se...”, seja refletindo sobre as possibilidades mais banais: “se” tivesse atravessado a rua antes do sinal fechar, “se” tivesse chegado em casa um minuto antes de desabar o temporal, “se” tivesse acertado os números da loteria. No filme De caso com o acaso, a personagem de Gwyneth Palthrow vive um “se”. Por dar de encontro com uma pessoa na escadaria do metrô ela perde o trem e precisa esperar o próximo. A cena se repete com ela conseguindo entrar no vagão e as duas histórias vão correndo em paralelo para que nós, espectadores, possamos viver um “se”. No filme, as coisas que realmente importam na vida da personagem acabam acontecendo quase igualmente nas duas histórias, apenas em tempos diferentes. O que nos faz pensar que “se” estivermos pensando sobres os “ses” estaremos perdendo tempo. O fato é que é inevitável. Penso “se” eu tivesse concluído a faculdade de Direito, “se” não tivesse me formado em Propaganda, “se” não tivesse trancado a pós-graduação em Cultura Contemporânea, “se” quem me deixou vai ser mais feliz sem mim. “Se” eu não me preocupasse com tantos “ses” eu seria mais feliz? Possivelmente. “Se” alguém te deixou, mesmo dizendo que você é uma pessoa maravilhosa, interessante, sensível e inteligente, talvez seja mesmo a hora de pensar verdadeiramente sobre um “se”. “Se” você foi você mesmo durante a relação. “Se” a resposta for sim para a maior parte do tempo, já que até sermos nós mesmos o tempo todo é uma utopia, é preciso pensar “se” valia mesmo a pena, “se” você estava mesmo sendo valorizado como esperava, como precisava, como merecia. Ser você mesmo tem que bastar. “Se” isso não foi o suficiente pra outro alguém te amar, levando em conta é claro as concessões intrínsecas a estar com alguém, talvez seja a hora de levar em conta alguns “ses” mais consistentes, que não abrem possibilidades de tantas divagações. “Se” liga e “se” manca.
O Destro
2 comentários:
ótimo texto. Simplesmente muito bom.
Os SEs me interpelam... me alucinam as vezes. Eles são tortura e fuga.
beijos
"Se" esta no presente
ou
"Se" esta no futuro
nunca
"Se" esta em ambos
a
escolha é
qual dos
"Se" lhe satisfaz mais
beijos
PH
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