O trocadilho com o programa dominical da rede Globo de tv é mais do que apropriado. O que já se fez em nome de causas supremas, de um líder, de um ser divino, da fé totalmente cega? Conhecemos várias tragédias, suicídios e histerias coletivas que vão da caça às bruxas até a perseguição de negros, índios, homossexuais, comunistas.
Em nome de quê se ultrapassam as dimensões do racional para combater “o mal”? Salvar a humanidade? Você deve conhecer fanáticos, seja por uma religião, por um time de futebol, uma raça ou partido político. Pessoas que não falam em nome de seus objetos de fanatismo, mas que discursam. E a elas não interessa muito a sua opinião, a não ser que seja favorável às deles.
Sou um adorador de música, por exemplo. Coleciono, ouço muito. Adoro Melissa Etheridge, Tracy Chapman, Massive Attack, Everything But The Girl. Não gosto de axé, de pagode, de música sertaneja. Sempre que posso, apresento estes artistas a quem não os conhece. Mas nem por isso saio pregando, tentando converter os adoradores de pagode ao trip-hop ou condenando quem não gosta do que EU gosto.
Imagino um fanático religioso (e não me importa de qual religião) defendendo-se de um crime. Não foi ele o culpado, foi “o mal”. A posse de “certezas” são a meu ver justamente inimigas da verdade. E fanatismo é parceiro da intolerância.
A direção moral que a religião “indica” ultrapassa limites e afeta o prazer das pessoas, reprime seus potenciais, o que há de mais genuíno nelas.
Não importa se a causa é justa, apenas que é adotada como verdadeira, única, inquestionável e se luta por ela.
Todo o excesso é destrutivo.
Fanatismo me causa pavor e vergonha.
Veja o exemplo abaixo, de como a lavagem cerebral pode começar bem cedo. Não sei o que esperar do adulto que essa criança se tornará (e repito, não se trata da crença, mas do excesso).
A legenda e a classificação de comédia do vídeo no www.youtube.com reforça o deboche, mas confesso, não achei graça nenhuma.
O Destro
6 comentários:
Eu já vi essa guria na TV. Me apavorei! Durante meses tive pesadelo enquanto dormia.
Mitificação, segundo Eco, “simbolização incônscia, identificação do objeto com uma soma de finalidades nem sempre racionalizáveis, projeção na imagem de tendências, aspirações e temores particularmente emergentes num indivíduo, numa comunidade, em toda uma época histórica”.
O nosso problema, enquanto seres sofredores de incrível miopia histórica – apesar de vivermos na dita “era da informação”, é que ainda nos prendemos às metáforas dos mitos – de todos eles!
Isso não é comédia, não é trash....é uma parte da nossa realidade....daquilo que enchemos a boca denominando de “ápice da nossa civilização”!!!!
Arelua, evolução!!!!
Impressionante, por ser uma criança, pelos pais permitirem este tipo de comportamento. E mais ainda pq tem pessoas que riram... Rir do que?
Isso é o limite que as pessoas não tem mais dentro de si...
ops.... também naum acho engraçado... na verdade a palavra que usaria pra definir é: MEDO!
TODA UNANIMIDADE É BURRA. TODO EXCESSO É BURRO. TODO RADICALISMO É BURRO. TODO EXTREMISMO É BURRO. TODO FANATISMO É BURRO.
AS VEZES PENSO Q É BOM EXISTIR ESSE TIPO DE COISA, PRA PERCEBEMOS A Q PONTO PODEMOS CHEGAR, ATEH Q PONTO AS PESSOAS PODEM CHEGAR.. EM FIM...
ADORO UMA BOA DISCUSSÃO, MAS NO BOM SENTIDO, COM TROCA DE IDÉIAS, RACIOCÍNIOS.. E NÃO FINGINDO QUE ESCUTAMOS E ENTENDEMOS OS OUTROS, SEM NEM AO MENOS REFLETIR NO QUE ELES DIZEM.
A REALIDADE É CRUA. TEM DE TUDOOOOO. VIVA A DIVERSIDADE! E TOMARA DEUS Q A MAIORIA DAS PESSOAS VIVAM NO 40. NEM 8 NEM 80 É O MELHOR DITADO!
Achei bem pesado o video e mais preocupante eh o fato de ela estar no meio de uma plateia de admiradores.
"Todo o excesso é destrutivo" e literalmente ponto final.
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